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Primeiro curso gratuito de extensão universitária voltada a jovens negros e negras da área de publicidade teve todas as vagas ocupadas

São Paulo, 20 de abril - Começou na segunda-feira, 19/04, curso gratuito de extensão universitária “e-Conexão: Módulo Publicidade”, destinado à complementação da formação profissional de jovens universitários negros e negras no setor da publicidade e propaganda. O e-Conexão é uma ação idealizada e coordenada pelo Ministério Público do Trabalho em São Paulo, por meio do Projeto Nacional Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho, e é executado pela Cáritas Brasileira. Os participantes receberão capacitação em quatro pilares estratégicos: Publicidade, Direito, Empresarial e Estético/cultural.

O curso, que acontecerá até o dia 4 de junho, terá encontros diários e será 100% online. Além de oferecer aos participantes conteúdos da área de publicidade e propaganda, o projeto também realiza mapeamento e mobilização de empresas para a contratação dos/as jovens capacitados, que irão integrar a Rede de Empregabilidade do e-Conexão.

A procuradora do Trabalho Valdirene de Assis, idealizadora e coordenadora do projeto,  explicou que o e-Conexão é uma das ações desenvolvidas com o objetivo de ampliar oportunidades de inserção desse público no mundo do trabalho. “Hoje já existe um número de profissionais capacitados e prontos por causa das cotas nas universidades. Mas a dificuldade que esses profissionais têm de adentrar o mercado de trabalho é que motiva o MPT a apoiar ações afirmativas e promover capacitações para que jovens negros e negras possam superar o desemprego, a informalidade, a dificuldade de progressão na carreira e os piores salários”, afirma Valdirene de Assis.  

Neste módulo foram oferecidas 160 vagas para  jovens negros residentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.  Eles terão aulas online e serão acompanhados por profissionais das agências Africa, WMcCann e Wunderman Thompson durante o percurso formativo. “Com certeza esse curso, nesse primeiro módulo Publicidade, realizado pelo e-Conexão Negra e importantes parceiros que representam grandes agências de publicidade em nosso país, trará aos universitários conhecimento teórico e prático, além de ferramentas importantes para o combate à desigualdade racial através da publicidade, capacitando-os e dando oportunidade para sua inserção com qualidade no mercado de trabalho publicitário”, afirmou a coordenadora regional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades (Coordigualdade), Danielle Olivares Corrêa.

Para o diretor da Rede Brasil do Pacto Global, uma iniciativa local da Organização das Nações Unidas (ONU), Marcelo Linguitte, a extensão universitária representa um importante marco na busca pela igualdade racial no Brasil no mercado de trabalho. “O Pacto Global tem entre os seus temas basilares o combate a todo tipo de discriminação e preconceito. Temos trabalhado desde o ano passado de forma muito intensa. Parabenizo os organizadores, que desde o princípio acreditaram nessa iniciativa”, falou.

O diretor da Cáritas Brasil, instituição realizadora do curso juntamente com o MPT, Carlos Humberto Campos, demonstrou orgulho com a concretização da iniciativa. Ele citou a dura realidade que vive a população negra no nosso país, e perguntou aos presentes os motivos por que ainda precisamos, em pleno 2021, garantir ações afirmativas para os negros e negras brasileiros. “As perguntas nos remetem ao olhar à nossa história, de exclusão da raça negra, e à reflexão sobre a presença desse espírito da exclusão e da escravatura no nosso país, onde se faz uma seletividade de direitos. Esse curso é uma oportunidade não apenas de se incluir no mercado de trabalho, mas de valorizar os direitos cidadãos, que nos capacita para exercitar a verdadeira cidadania no nosso país”, concluiu.

O projeto tem apoio de instituições, como: o Pacto Global, ONU Mulheres, Associação Cultural Ilê Aiyê e Febraban. São parceiros desta ação movimentos sociais como: Educafro, Geledés – Instituto da Mulher Negra, Movimento Negro Unificado, Uneafro Brasil e Unegro

Projeto – O “Projeto de Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho” consiste em um trabalho estratégico de articulação com empresas e parceiros institucionais, como universidades, OAB, sociedade civil organizada e entidades de movimentos negros, a fim de conscientizar sobre a importância da diversidade racial no ambiente empresarial e ampliar a participação de negros e negras no mercado de trabalho.

O e-Conexão é uma das várias ações que integra esse projeto. O segmento da publicidade foi escolhido por ser o setor com mais baixa representatividade da população negra. Segundo pesquisa da consultoria Danila Dourado, o percentual de negros e negras no quadro funcional das agências de publicidade é de apenas 3,5%, sendo que apenas 0,7% de pessoas negras integram o quadro de executivos das maiores agências do país, levando em consideração que, segundo o IBGE, a população negra representa a grande maioria dos brasileiros.

Números - Segundo o estudo “Desigualdades Sociais por Cor e Raça no Brasil”, divulgado em 2019 pelo IBGE, a população negra representava a maior parte da força de trabalho no país (54,9%) em 2018. A proporção de pretos e pardos correspondiam a cerca de dois terços das pessoas desempregadas (64,2%) e das que trabalhavam menos horas do que gostariam ou poderiam (66,1%). A pesquisa apontou que os negros são os que mais sofrem com a informalidade: em 2018, 47,3% das pessoas ocupadas pretas ou pardas estavam em trabalhos informais, enquanto que este percentual para os brancos era de 34,8%. Uma pesquisa do IBGE mais recente, de 2020, apontou que a população preta foi a que mais sofreu com a desocupação durante a pandemia de Covid-19 (17,8%).

Segundo o Observatório de Diversidade e da Igualdade de Oportunidades no Trabalho, com base em dados oficiais da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2017, há grande diferença de remuneração média entre raças no setor formal na cidade de Campinas. Enquanto homens brancos ganhavam um salário médio de R$ 4,3 mil, os homens negros recebiam, em média, R$ 2,7 mil. As mulheres negras, por sua vez, tinham uma média salarial de R$ 2 mil, enquanto as mulheres brancas recebiam remuneração média de R$ 3 mil.

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