Parceria MPT-SP e ONU levantará condições de trabalho de mulheres costureiras no Brasil

Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo e a ONU Mulheres, está conduzindo um estudo inédito sobre as condições de trabalho de mulheres na cadeia de moda.

Todo mundo conhece aquela costureira de confiança, que ajuda na hora do aperto - e, algumas vezes, faz peças com um caimento sem igual. É muito comum vermos as mulheres ocupadas na cadeia da moda, seja nas plantações de matéria-prima, trabalhando no varejo, como costureiras e artesãs. Mas quem são, de fato, essas mulheres? Como são suas condições de vida, trabalho e acesso a recursos tecnológicos?  Essas e outras perguntas serão respondidas por meio de um diagnóstico inédito, que está sendo conduzido pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) de São Paulo.

O projeto busca fazer um raio-X detalhado sobre as condições de trabalho das costureiras, incluindo uma ampla revisão bibliográfica, entrevista com lideranças do setor e mapeamento de atores envolvidos, como o próprio  MPT, os sindicatos e empresas de confecção. Estima-se que 87% dos 1,3 milhão de profissionais que atuam com costura no Brasil são do sexo feminino.

Na etapa seguinte do projeto, os resultados do diagnóstico serão utilizados para a elaboração de um plano estratégico de empoderamento econômico das mulheres que atuam na cadeia da moda. O plano vai elencar atividades que possam ser realizadas por diferentes organizações e poderá prever compromissos do setor têxtil, sugestão de mudanças na legislação ou fiscalização, apoio para regulamentação das confecções e oferta de capacitações para as mulheres, entre outras ações.

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a ONU Mulheres, que acompanha a temática e indicou a importância estratégica do mapeamento. A cadeia produtiva da moda possui enorme relevância social e econômica e emprega milhares de mulheres em todo o país. Dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) indicam que 87% dos 1,3 milhão de profissionais que atuam com costura no território são do sexo feminino.

O diagnóstico irá cobrir os seguintes assuntos: cadeia produtiva, terceirização e subcontratação; informalização; condições de trabalho; trabalho doméstico e de cuidado; trabalho infantil, forçado e em condições análogas à escravidão; migração e tráfico de pessoas.

O diagnóstico será feito ainda neste semestre, com previsão de divulgação de resultados até agosto.

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