• denuncias
  • peticionamento
  • protocolo
  • Mediação
  • mov procedimentos
  • autenticidade de documentos
  • lgpd
  • administracao publica
  • fraudes trabalhistas
  • liberdade sindical
  • meio ambiente
  • promocao igualdade
  • trabalho escravo
  • trabalho infantil
  • trabalho portuario
  • As maiores agências de propaganda do país selam pacto com MPT para a inclusão de negros no mercado de trabalho

As maiores agências de propaganda do país selam pacto com MPT para a inclusão de negros no mercado de trabalho

O Pacto assinado pelas agências Africa, Artplan, DPZ&T, David, FCB, Wunderman Thompson, Leo Burnett Tailor Made, Mutato, Ogilvy, Publicis, SunsetDDB, Talent Marcel, Tribal, WMcCann e Y&R, será acompanhado por dois anos, tempo em que as empresas deverão promover contratações de jovens negros e negras em seus quadros. A adesão é voluntária.

São Paulo, 24 de setembro - Na segunda-feira, 23, quatorze das maiores agências de publicidade do país, juntamente com a Associação Brasileira de Agência de Publicidade (Abap) e a Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), assinaram o Pacto pela Inclusão de Jovens Negros e Negras no Mercado de Trabalho, documento proposto pelo Ministério Público do Trabalho e elaborado pela Coordigualdade (Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho) em conjunto com mais de 10 instituições e entidades dos movimentos negros, com o objetivo de reparar, equilibrar, combater as desigualdades raciais e promover a inclusão de profissionais negros no mercado de trabalho.

A adesão ao Pacto aconteceu em São Paulo durante o Festival do Clube de Criação. O documento foi assinado pelas agências Africa, Artplan, DPZ&T, David, FCB, Wunderman Thompson, Leo Burnett Tailor Made, Mutato, Ogilvy, Publicis, SunsetDDB, Talent Marcel, Tribal, WMcCann e Y&R, com a presença dos respectivos CEOs e representantes, da vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel; da coordenadora nacional da Coordigualdade, Keley Vago Cristo; da idealizadora e coordenadora do projeto, procuradora Valdirene de Assis; e da procuradora regional do Trabalho, Adriane Reis de Araujo.

A meta para as empresas que aderiram ao pacto é garantir 30% das contratações de jovens negros e negras em seus quadros. No documento estão previstas ações como a elaboração periódica de censo de empregados com recorte de raça/cor e gênero nos cargos, funções, gerências e a sua divulgação para todos os colaboradores da agência, possibilitando a criação de um observatório permanente. Também estão previstas iniciativas de capacitação e educação e qualificação das lideranças e recrutadores.

Ao falar aos presentes, a vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel, lembrou que as ações institucionais e promocional do MPT sobre a importância da diversidade nos ambientes de trabalho.  “Nossa sociedade é diversa, singular e muito rica. Estar diante de empresários com visão da existência dessa diversidade e dos benefícios que ela pode proporcionar nos ambientes de trabalho é muito estimulante para nós do MPT. O ato hoje firmado aqui, mostra o desenvolvimento, por parte da organização, de uma postura madura diante da pluralidade da nossa sociedade. Isso significa acolher os colaboradores nas suas diferenças e apoiar a inclusão e a tolerância com as multiplicidades culturais. A empresa que tem essa visão e que valoriza a diversidade, além de ser beneficiada por contar com colaboradores mais felizes, mais criativos e mais engajados, também está cumprindo com seu papel social. O Pacto que assinamos hoje, queremos levar para todas as capitais brasileiras, para todas as cidades brasileiras com a pretensão de juntos, sociedade, empresas e Estado, promover a inclusão da diversidade humana, social e econômica, e construir uma sociedade mais justa e solidária” afirmou Aparecida.

Raphaella Martins, Content Business Solution Executive na Rede Globo e uma das primeiras mulheres negras a assumir um cargo executivo em uma das maiores agências do país, representou os publicitários negros e negras na solenidade. “Este é um  encontro importante com as agências, as associações, os sindicatos e os profissionais que, se estão aqui hoje, é porque entenderam a importância de inserir a questão racial na coluna de suas decisões, uma vez que não existe futuro da comunicação no Brasil que não passe por olhares de mais de 110 milhões de indivíduos que se autodeclaram negros e negras em nosso país. A nossa indústria vem passando por grandes, profundas e rápidas transformações. Não sabemos o que virá, mas dados da pesquisa Accenture - Getting to Equal, comprovam que o segredo da inovação não está apenas na tecnologia. Companhias inclusivas e diversas são 11 vezes mais inovadoras e tem funcionários 6 vezes mais criativos do que a concorrência. Ser jovem negro e negra no país é ser inventivo e inovador, pois só uma mente talentosa e criativa consegue criar formas e caminhos de seguir vivendo em esperança em um país que ainda é tão cruel com nossa existência”, afirmou a profissional, que em 2017, quando trabalhava na Wunderman Thompson, ajudou a construir dentro da agência o projeto de diversidade racial 20/20, ao lado da diretora de comunicação e marketing Andrea Assef e de Ricardo John, agora CEO e CCO da agência FCB Brasil.

De acordo com um levantamento feito pelo Grupo de Planejamento junto a 78 agências da cidade de São Paulo, de diferentes portes, entre julho e agosto de 2019, apenas 13% das agências contam com programas estruturados de inclusão de qualquer natureza (gênero, raça, orientação sexual, entre outras) em suas estruturas. Mais da metade delas, 53%, disseram não ter qualquer iniciativa relacionada à diversidade e inclusão, e apenas 17% possuem políticas de contratação exclusivas para grupos sub-representados.   

“A publicidade precisa dessa representação, mas também é um segmento muito estratégico. Quando o setor adere ao pacto, a mensagem é de que a inclusão é possível, um ideal que pode se materializar. Optamos pelo caminho da construção e do diálogo, sem a necessidade de uma coerção. O projeto é jovem, mas as contratações já começaram a acontecer. Não temos aqui apenas um documento, mas uma movimentação verdadeira para a inclusão”, afirmou a procuradora do Trabalho Valdirene de Assis, durante a solenidade. A procuradora e coordenadora do projeto, explica que a adesão ao Pacto é voluntária. "A adesão não é coercitiva. Faz parte de um esforço grande de diálogo das agências e das associações. Temos que trabalhar na construção da inclusão e acolhimento destes profissionais ao lado dos responsáveis pelas agências", declarou Valdirene.

O Pacto

O Pacto pela Inclusão Social de Jovens Negras e Negros no Mercado de Trabalho é resultado de uma ação coordenada pela Coordenadoria Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidade e Eliminação da Discriminação no Trabalho do MPT e elaborado após amplo diálogo com entidades que defendem os direitos da população negra, organismos internacionais, instituições do Sistema de Justiça, sindicatos, empresas, estudantes, universidades, instituições de direito público e a sociedade civil, em sentido geral. A discussão e união de esforços, resultou em um documento voltado ao desenvolvimento de políticas internas de promoção da equidade étnico-racial das empresas nos seguimentos de publicidade, advocacia e empresarial.

Entre as ações deste Pacto, estão a realização, por parte do signatário, de mapeamento, identificação, desenvolvimento e aplicação de estratégias de inclusão no mercado de trabalho da população negra, preferencialmente jovens negras e negros egressos do sistema de cotas raciais, universitários negros e negras beneficiários de bolsas ou programas sociais de acesso ou permanência na universidade e estudantes negros e negras de programas de pós-graduação, independente da área de formação acadêmica. O objetivo é ampliar a inclusão, permanência e ascensão dessa população no mercado de trabalho, assegurar a igualdade de oportunidades na ascensão profissional dentro da empresa, promover debates, fóruns, palestras, workshops, cursos, mesas redondas dentre outros, abordando o racismo estrutural e institucional, implementar ações afirmativas nos processos de seleção para vagas de trabalho, nas diferentes funções e em todos os níveis hierárquicos da empresa, compartilhar boas práticas, entre outros. Conheça o documento aqui.

Raphaella, Valdirene e Maria Aparecida Gugel, na abertura do evento
Raphaella, Valdirene e Maria Aparecida Gugel, na abertura do evento

A vice-procuradora geral do MPT, Maria Aparecida Gugel, fala sobre os compromissos instuticionais do órgão.
A vice-procuradora geral do MPT, Maria Aparecida Gugel, fala sobre os compromissos instuticionais do órgão.

CEOs e representantes das agências assinam o Pacto
CEOs e representantes das agências assinam o Pacto

Maria Aparecida Gugel, vice-procuradora geral do Trabalho, ao lado de Eduardo Lorenzi, CEO da Publicis Brasil; Fernando Nobre, presidente do Clube de Criação e Hugo Rodrigues, CEO na WMcCann, signatários do Pacto
Maria Aparecida Gugel, vice-procuradora geral do Trabalho, ao lado de Eduardo Lorenzi, CEO da Publicis Brasil; Fernando Nobre, presidente do Clube de Criação e Hugo Rodrigues, CEO na WMcCann, signatários do Pacto

 

As procuradoras Adriane Reis de Araújo e Keley Vago Cristo, coordenadora nacional da Coordigualdade, prestigiaram o evento.
As procuradoras Adriane Reis de Araújo e Keley Vago Cristo, coordenadora nacional da Coordigualdade, prestigiaram o evento.

Imagem da platéia
Imagem da platéia

 

 

 

 

 

 

 

Imprimir

  • banner pcdlegal
  • banner abnt
  • banner corrupcao
  • banner mptambiental
  • banner radio
  • banner trabalholegal
  • Portal de Direitos Coletivos