Websérie documental mostra inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

São Paulo, 15 de dezembro de 2016 - Foi lançada na quarta-feira, 14/12, na sede do Ministério Público do Trabalho em São Paulo, a websérie documental “O Futuro que Queremos: trabalho decente e inclusão de pessoas com deficiência”, com oito episódios que mostram boas práticas de inclusão de pessoas com deficiências diversas no mundo do trabalho, em diferentes contextos no Brasil. Cada episódio apresenta personagens que abriram sua rotina de trabalho ou estudo para mostrar que a inclusão é possível em qualquer situação e que as limitações estão na sociedade, e não nas pessoas.

A websérie é fruto de uma parceria entre Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e faz parte da campanha de incentivo à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Cada episódio tem aproximadamente quatro minutos de duração e oferece recursos de acessibilidade, como intérprete de Libras, legendas e audiodescrição. As histórias trazem personagens inspiradores que trabalham ou estudam, com objetivo de mostrar que a inclusão é possível. No Brasil, de acordo com o IBGE (2015), 6,2% da população tem algum tipo de deficiência.

Segundo a idealizadora do projeto, a vice-coordenadora Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do MPT, procuradora Sofia Vilela, a produção dos vídeos surgiu após a investigação a uma empresa que não cumpria a Lei de Cotas. Pelo descumprimento, a empresa tinha que pagar uma multa pelo dano causado à sociedade. O valor da multa foi destinado à produção dos vídeos.
Para Sofia Vilela, alguns mitos atrapalham a contratação desse público específico. “Alguns argumentos que ouvimos das empresas são que não encontram pessoas com deficiência para contratar; que estas pessoas não são capacitadas; que preferem receber o benefício social pela deficiência a trabalhar. Na prática vimos que não é verdade”, explica.

 “Acontece que há uma lei que obriga as empresas a contratarem um número mínimo de pessoas com deficiência e o Ministério Público do Trabalho tem que fazer cumprir essa lei. Mas o que buscamos é além da lei. É fazer com que as empresas entendam também seu papel social, sua responsabilidade social ao lado da responsabilidade jurídica”, defende Sofia Vilela.

O procurador-chefe do MPT em São Paulo, Erich Vinicius Schramm, lembra que o trabalho decente e a dignidade da pessoa humana são direitos presentes na Constituição. “É missão institucional do MPT lutar, defender o trabalho decente e digno. E incentivar e exigir a inclusão das pessoas das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas não de uma forma que serve somente para cumprir a lei, mas que essa inclusão se faça com qualidade, com responsabilidade e crie oportunidades para que as pessoas possam desenvolver seus potenciais e poder exercer a cidadania” acrescentou.

O diretor da OIT no Brasil, Peter Poschen, explica que o tema da inclusão de deficientes vem sendo debatido há muitos anos. “A primeira vez que [o tema] foi tocado, em 1925, se referia a pessoas que perderam a capacidade por acidente de trabalho ou doenças”. Posteriormente, o assunto foi ampliado para todas as pessoas com deficiências.

Poschen citou a Convenção número 159 da OIT, que incentiva a inclusão, e que deu início a uma década de boas práticas. “É significativo que a maiores redes de empresas estão procurando promover a inclusão de pessoas com deficiência”, disse.

Há um bilhão de pessoas com deficiências no mundo, o equivalente a 15% da população global. Cerca de 80% dessas pessoas estão em idade de trabalho. No Brasil, de acordo com o IBGE (2015), 6,2% da população tem algum tipo de deficiência.

Veja o primeiro episódio aqui

Coral de jovens deficientes auditivos
Coral de jovens deficientes auditivos
 
Coral pessoas com deficiência visual
Coral pessoas com deficiência visual

 

Procurador-chefe Erich e o mestre de cerimônias, Samuel
Procurador-chefe Erich e o mestre de cerimônias, Samuel

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